sábado, 17 de outubro de 2015

Reunião de 17/10

Hoje tivemos uma reunião no The Fifties, no Plaza. Discutimos algumas pautas acerca do jornal, de recursos e acerca do relacionamento com outros grupos e das eleições de 2016. Também discutimos acerca da situação política de nosso atual (des)governo.

Quer saber mais? Venha nas nossas próximas reuniões. Sempre fazemos o ambiente fraterno e descontraído para os nossos amigos.

Abaixo segue uma foto da reunião.


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Última e Tardia Catarse


ÚLTIMA E TARDIA CATARSE

Uma crônica por Felipe Pedroza


Era para ser um dia como qualquer outro: a mesma preguiça para levantar da cama, arrumar-me para ir ao trabalho, tomar café com os filhos, dar um beijo cotidiano de despedida temporária em minha esposa antes de irmos ao trabalho: ela a advogar em nome da justiça, eu a atuar na formação de futuros cidadãos.

Quando cheguei em sala, os alunos estavam atônitos. Achei estranho, sempre estão fazendo algazarras, em meio a gargalhadas, implicâncias e competições de ego. Coisas de adolescentes. Mas estavam meio que zumbificados, como se a própria essência lhes foi retirada. Ao olhar para a porta, que como sempre estava entreaberta, indicando integral receptividade e integração, enxergo três colegas professores sendo levados aos fundos por homens e mulheres fardados, mas não pareciam policiais ou militares. Ao perceber a minha nada disfarçada escandalização, um deles, que seguia atrás dos outros, deu meia volta e veio ao meu encontro - eu que à essa altura, já estava involuntariamente meio que indo para trás da porta. Olhou dentro dos meus olhos e disse:

– Não se preocupe, professor. Quando isso acabar seremos todos um só corpo, num mesmo ritmo e espírito, e confiantes na mesma luta. Aqueles que pensam contra a nossa causa, se posicionam contra a transformação da história e defendem liberdades que não se conjugam ao coletivo, não passarão. Sinto muito pelos seus colegas e pela sua esposa.

Naquele dia, o último de minha vida, confesso que afogado em um mar de lágrimas e dor, compreendi que justiça e igualdade são coisas diferentes, e que sem liberdade não há regime que seja verdadeiramente do povo, pelo povo e para o povo. Pois justiça, liberdade e democracia são mais do que palavras: são perspectivas.