terça-feira, 29 de setembro de 2015

Dividir e Conquistar


DIVIDIR E CONQUISTAR?

Por Daniel Piven


Você já percebeu como o país está dividido nos últimos tempos? Negros contra brancos, mulheres contra homens, trabalhadores contra empresários, ateus contra religiosos, homossexuais contra heterossexuais. “Nunca na história desse país” uns odiaram tanto os outros – e saiba que isso não é por acaso. Essa estratégia da esquerda é conhecida como “luta de classes”, e é a base do pensamento marxista. Ela consiste nisso mesmo: jogar uns contra os outros e, no meio da confusão, fazer com que o “lumpem-proletariado” (os “trabalhadores iluminados”, ou seja, os membros do partido deles) assuma o espaço daqueles que estão no poder.

Não é por acaso, portanto, que todas as ideologias que tiveram origem no marxismo se baseiem nisso – aliás, é a sua força. Afinal, se uns não acharem que são oprimidos, como os movimentos Feminista, LGBT, “Afro-brasileiro”, “Sem Terra” e outros iriam pedir dinheiro das pessoas e do Governo para as suas atividades duvidosas? A maioria de seus ativistas seria obrigada a fazer o que mais abomina, trabalhar e concorrer com as pessoas normais, sem nenhuma espécie de regalia na sociedade – e isso os apavora de tal forma que eles são obrigados a fazer uma militância constante e agressiva contra todos que os contrariam. No final das contas, não importa discutir com essa gente usando lógica ou argumentos concretos: eles preferem lidar com o mundo como se fosse um conto de fadas em sua utopia inalcançável de igualdade para os desiguais, mesmo que as leis científicas da economia e biologia os contrarie ou que as estatísticas os desmintam. Afinal, estar errado significa que as pessoas não precisam tratar-lhes de forma diferenciada pelas suas escolhas ou preferências pessoais e que eles vão ter que se virar como todo o resto da população para viverem as suas vidas.

O povo brasileiro, apesar da sua diversidade de raças, culturas e religiões, sempre foi bastante amistoso e respeitoso entre sí, até que nos últimos 25 anos a esquerda parasita espalhou ódio em nossas vidas, sob o pretexto de defender nossos interesses. E onde isso nos levou? Esse país cada vez mais se afunda na corrupção, no atraso e na repressão ao povo causada por aqueles que diziam proteger as minorias e os oprimidos. A estratégia da esquerda de arranjar bodes expiatórios para todos os problemas não nos levou a lugar nenhum até hoje, e toda a nação já percebeu que é hora de mudar.

Chegou a hora de enxergarmos a realidade do jeito que ela é. Somente um povo unido e consciente será capaz de tomar as decisões necessárias para resolver os problemas do nosso país.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

DONA MARIA II



DONA MARIA II

Por Diego Barreto



Maria da Glória filha mais velha do Imperador do Brasil, Dom Pedro I, e da arquiduquesa da Áustria, Dona Leopoldina, Maria da Glória nasceu no Rio de Janeiro em 4 de abril de 1819 e faleceu aos 34 anos, ao dar à luz seu décimo segundo filho. Com a morte de D. João VI, Maria da Glória como neta mais velha, assumiu o lugar do pai, que recusava voltar para Portugal. Com apenas sete anos, não tinha idade para governar. Por isso, teve que se casar por procuração com seu tio, D. Miguel, que foi nomeado regente do reino português. Mas quando D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil, em 1822, Miguel pediu ao Conselho dos Três Estados a perda dos direitos sucessórios do irmão, o que foi prontamente feito. Em declínio ao movimento absolutista assumiu o trono no lugar da esposa, dando início o embate entre "miguelistas" e "pedristas". D. Pedro I preocupado com os fatos políticos do trono português e as pressões sofridas no Brasil decidira à abdicação do trono brasileiro em 1831, rumando para Portugal e deixando em seu lugar o filho de apenas cinco anos de idade, o Sr. D. Pedro II.

Com apoio dos aliados, venceu a guerra liberal. Sua filha subiu ao trono em 1834, aos 15 anos, tornando-se Maria II. A chegada ovacionada de D. Maria II a Lisboa fora um marco para o povo português. O casamento com D. Miguel foi dissolvido, ainda em 1834, para os arranjos do segundo matrimônio com o irmão de sua majestade, D. Amélia de Leuchtenberg. As bodas ocorreram no mesmo ano, mas o príncipe Augusto de Beauhamais acabou morrendo dois meses depois, as negociações para as novas bodas já estavam concluídas. O noivo era sobrinho de Leopoldo, da Bélgica, sendo austríaco de nascimento, como a família materna da noiva. Príncipe Fernando Saxe-Gotha-Coburgo-Kohari conquistou o coração da jovem rainha, e em 9 de abril de 1836 casaram-se na Sé de Lisboa. No Palácio das Necessidades as atividades eram em rodas literárias, teatro e serões familiares. E foram pais dos seguintes filhos, nascidos nas datas indicadas: Rei Dom Pedro V (1837); Rei Dom Luís I (1838); Infanta D. Maria (1840); Infante D. João, Duque de Beja (1842); Infanta D. Maria Ana, Princesa da Saxónia (1843); Infanta D. Antónia Maria, Princesa de Hoenzollern-Sigmaringen (1845); Infante D. Fernando (1846); Infante D. Augusto, Duque de Coimbra (1847); Infante D. Leopoldo (1849); Infanta D. Maria da Glória (1851); Infante D. Eugénio (1853). O casal real fez dois salões do palácio um local de deleite e de convívio social.

D. Maria II era conhecida publicamente como geniosa e apelidada de "rainha gorda" devido sua estatura acima da média. Na vida doméstica, excepcional mulher e principalmente mãe. Maria II instruía com rigor a educação de seus filhos, os infantes eram impedidos de tratar por "Tu" os criados do Palácio, assim como os professores aos quais eram dispensadas as mais respeitosas atenções. No seu reinado enfrentou várias rebeliões, como Maria da Fonte (1846-1847) e Revolta da Patuleia (1847), mesmo com adversidades cruéis das lutas liberais e difamações inflamadas pela oposição, D. Maria II com parcimônia e sabedoria soube se perdurar no poder por 19 anos e enfrentou os problemas de estado estando gravida. Foram também seus grandes feitos, a reforma na Universidade de Coimbra e a criação de Liceus e escolas politécnicas em Lisboa e no Porto. Incentivou o desenvolvimento cultural português, criando escola de Arte Dramática, a Academia de Belas Artes e o Teatro em Lisboa, que fora homenageada com seu nome. Da brasileira que se tornou rainha e que não pode cair em ostracismo no Brasil.

"Se eu morrer, morro no meu papel!" - D. Maria II

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

LEI ÁUREA



LEI ÁUREA

Por Philippe Lana

Há pouco mais de 127 anos foi celebrado no Brasil aquele que talvez seja considerado o ato mais nobre de todo o século XIX ocorrido no hemisfério sul: a Lei Áurea. Ato tão nobre que resultou na queda e expulsão da Família Real do país, devido à insatisfação dos setores dominantes da política brasileira, a elite econômica ruralista, composta principalmente por escravocratas. Com a lei, muitos ex-donos de escravos tiveram prejuízos e perda significativa da sua mão de obra, em sua maioria escrava, e sem nenhuma indenização da Coroa.

Muitos associam, erroneamente, a figura da Monarquia no Brasil ao regime escravista, como se estivessem ligados, o que não é verdade. Até onde se sabe, quem detinha, de fato, o poder econômico e também político durante o Império eram os grandes fazendeiros. A maior evidência foi o fato de durante todo o governo imperial até meados da República, as exportações de café do Brasil representarem 60% do consumo mundial (surgindo a expressão “barões do café”). Logo, qualquer tentativa do imperador no sentido de extinguir o sistema escravocrata, poderia ter dado fim ao Segundo Reinado bem antes do enigmático 15 de novembro de 1889.

Obviamente, uma coisa não justifica a outra. Pois o fato é que durante a Monarquia a escravidão persistiu, e seu fim se deu tardiamente, beirando o início do século XX. Mas é importante salientar que esse não era o desejo verdadeiro da Família Imperial, como veremos.

O Segundo Reinado foi marcado por dois grandes acontecimentos: A Guerra do Paraguai e o fim da Monarquia, com a proclamação da República pelo Marechal Deodoro da Fonseca. No primeiro caso, após o fim do combate, o país vivia uma crise econômica por causa do desgaste sofrido na guerra. Era um motivo que deixava boa parte da população descontente com o imperador Dom Pedro II, em especial o Exército. Entretanto, durante a guerra, observou-se um fenômeno: pela primeira vez na história, brasileiros de todas as regiões pegaram em armas espontaneamente para defender a nação, os chamados Voluntários da Pátria. Estes eram formados por pessoas livres e escravos. Muitos escravos foram para os campos do Paraguai já na condição de libertos pelos seus senhores, que em troca recebiam títulos de nobreza da Coroa. Tal fato evidenciara o sentimento de unidade nacional que pairava entre os brasileiros, mesmo entre aqueles de diferentes regiões do país e os escravos, que naquele momento passaram a ser vistos como integrantes da população e não como mera propriedade.

Além do evento descrito, onde escravos ganhavam sua liberdade(alforria) por atuarem na guerra, diversos dispositivos foram criados a fim de eliminar a escravidão no país. Todavia, tal conquista se deu de modo lento e gradual, como veremos.

Dentre as leis que tiveram por objetivo acabar com o sistema escravocrata tivemos: Lei Eusébio de Queirós; Lei do Ventre Livre; Lei do Sexagenário; e a gloriosa Lei Áurea. Todas estas leis, em maior ou menor alcance, representaram avanços no sentido de extirpar uma prática que, além de obsoleta no contexto do século XIX, era imoral.

A Lei Eusébio de Queirós, aprovada em 4 de setembro de 1850, proibia o tráfico de escravos do continente africano que ocorria através do oceano Atlântico. Na ocasião, houve pressão inglesa na tentativa de viabilizar tal lei por meio do chamado “Bill Aberdeen”, um instrumento que permitiu à marinha inglesa aprisionar navios suspeitos de transportar escravos no oceano Atlântico. Na época, a Inglaterra (diferentemente do Brasil) vivia o contexto pós Revolução Industrial, com um movimento abolicionista organizado e orientado com base em valores religiosos.

Aprovada em 28 de setembro de 1871, a Lei do Ventre Livre determinava a libertação dos filhos de escravas. Sua promulgação ocorreu na ausência do imperador, ficando sua filha, D. Isabel, na regência. A princesa assinou, sem hesitar, a referida lei de autoria do então presidente do Conselho de Ministros o Visconde do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos), do partido conservador. Tal lei significou um grande passo em direção à abolição.

Ainda na regência da princesa Isabel, a Lei do Sexagenário, promulgada em 28 de setembro 1885, autorizava a emancipação apenas dos escravos maiores de sessenta anos, os quais não representavam praticamente nenhuma força de trabalho para seus senhores. De fato, tal lei revelou pouquíssimo efeito prático, sem qualquer pragmatismo. Uma vez que desobrigava os fazendeiros de sustentar os negros idosos, enquanto que estes já não possuíam mais condições de arcarem com o próprio sustento. Tal lei só beneficiava os chamados “ladinos”, escravos que trabalhavam na Casa Grande e eram tratados quase como membros da família (exemplo, Tia Nastácia).

E finalmente, no glorioso dia 13 de maio de 1888, na terceira (e última) regência da princesa Isabel, em virtude do estado de saúde do Imperador, foi assinada a Lei Áurea, tornando os brasileiros iguais perante a lei, sem a distinção entre escravos e livres! Naquele momento, D. Isabel carregava o fardo de saber que sua Pátria era estigmatizada, na esfera internacional, como o único Estado escravocrata do mundo ocidental. Vale lembrar, que a Constituição Imperial, de 1824, não previa a escravidão em seu texto.

Pela terceira vez na regência, a princesa Isabel já era madura politicamente para impor suas vontades aos ministros. Foi o que ocorreu materializado na Lei Áurea. Isso lhe rendeu o apelido pelo qual veio a ser conhecida pelas gerações futuras – a Redentora. Todavia, se antes da promulgação da Lei Áurea, alguns setores, dentre eles o Exército, estava descontente com o governo imperial, e após a sua vigência foi a aristocracia rural que passou a exalar seu descontentamento.

Diante desse panorama o Império já se achava desgastado e vítima de conspirações republicanas que visavam sua queda. Foi o que ocorreu. No dia 15 de novembro de 1889 a República foi proclamada (senão um golpe), e a Família Imperial obrigada a deixar o Brasil. Mesmo sabendo que sua decisão colocaria em risco a manutenção do sistema, a Princesa Isabel não se arrependeu de ter dado sua contribuição para a história da nação Brasileira, engajando – se com a causa abolicionista. Seu falecimento ocorreu na França, em 14 de novembro de 1921 eu seu nome ficou ligado ao 13 de maio de 1888.

Deus salve a Princesa e o Imperador Pedro II! Abolicionistas, assim como tantos outros do período.