sábado, 17 de janeiro de 2015

Desconstruindo o impraticável.

DESCONSTRUINDO O IMPRATICÁVEL
Por Daniel Piven

É triste e trágico que pessoas ainda defendam o comunismo, e que tenhamos de discutir esse assunto já tão ultrapassado. O motivo é simples: não se argumenta com comunismo do mesmo jeito que não se argumenta sobre beber veneno, pois é algo tão ingóbil de se fazer que nem merece discussão. Todos sabem que beber veneno dá em morte!

Porém, hoje eu vou abrir uma exceção e "argumentar" sobre o comunismo.

Várias ciências refutam as teses do comunismo. Existe, por exemplo, uma teoria de Marx que atribui o produto dos bens de produção aos trabalhadores. Isto já foi facilmente refutado por Alfred Marshall em Princípios de Economia (1961), no seguinte trecho:
"Não é verdade que a tecelagem de um fio numa fábrica, depois de feitas as amortizações para a depreciação do equipamento, seja o produto do trabalho dos operários. É produto do trabalho deles, juntamente com o do empregador, o dos gerentes e o do capital empregado; e o próprio capital é o produto do trabalho e da espera; portanto, a fiação é produto do trabalho de muitos tipos, e da espera. Se admitimos que é apenas o produto do trabalho, e não do trabalho e da espera, podemos, sem dúvida, ser levados por uma lógica inexorável a admitir que não há justificativa para os juros, que é o pagamento pela espera; pois a conclusão está implícita na premissa."
Se levarmos em conta a série de trabalhos necessários para a acumulação do capital e dos custos de oportunidade envolvidos na obtenção do mesmo, fica evidente que é impossível atribuir somente ao trabalho o produto da produção.

Ainda, fica claro que é necessário recompensar monetariamente o capital emprestado, pois seu detentor abdica de seu uso em favor do prestatário durante determinado período de tempo, sendo portanto os juros a remuneração pela espera . Ainda sobre os aspectos impossíveis do comunismo estão as limitações da economia planificada à responder às demandas elásticas da economia, um dos fundamentais conceitos de formação do preço e da distribuição do consumo no mercado. Michael Porter em Estratégia Competitiva (1980) faz um estudo detalhado sobre os fatores de como a elasticidade econômica afeta os preços e a distribuição dos produtos no mercado. Isso entra em descordo com a tese de “valor natural” dos bens apontada por Marx, uma teoria ainda baseada nos primeiros pensadores da escola liberal e já ultrapassada.

Além das características de má distribuição dos recursos e demora às respostas da variação de demanda causadas pela planificação da economia, a sociedade comunista sofre também com os efeitos psicológicos e sociológicos da igualdade de salários. A maioria dos psicólogos e sociólogos hoje em dia admite que a igualdade forçada mina a produtividade da economia.

É interessante notar que o sociólogo Domenico De Masi introduz o conceito de “ócio criativo”, e não efetivamente o trabalho, como pressuposto para a geração de riqueza numa economia desenvolvida. Assim, por meio do estímulo ao lazer (um conceito deveras burguês) e ao repouso estimula-se o intelecto do trabalhador para a produção de bens imateriais e novas tecnologias. Aliás, um aspecto importante a se notar é que Marx não reconhece os direitos à propriedade intelectual, bem máximo da economia desenvolvida nos dias de hoje.

Já na perspectiva HISTÓRICA, pode-se observar que em TODOS os países onde foi implantado o comunismo deu errado. Aliás, o maior erro do comunismo está na própria premissa de que, para atingir um estado “inexistente” deve-se seguir o caminho rumo ao estado máximo, com a substituição de uma elite empreendedora por uma elite burocrata que deve gerenciar todos os aspectos da vida política, econômica e civil. Esse equívoco conduziu todas as nações que adotaram esse sistema maldito à um inevitável governo totalitário e autocrático.

Vale mesmo lembrar que o “comunismo" sozinho já matou mais de 120 milhões de pessoas no mundo "em nome da causa". Podem-se citar diversos exemplos históricos: os desaparecidos e os fuzilados em Cuba, o massacre de Holomodor, os Gulags russos, a política de natalidade Chinesa, etc., todos brilhantes exemplos do que é o comunismo, mas acabaria tornando este artigo demasiado extenso. Recomendo a leitura do “Livro Negro do Comunismo” para mais detalhes.

Na verdade, o que eu fiz aqui foi um resumo. Eu poderia ficar dias aqui refutando a economia marxista, citando as falhas históricas do comunismo e seus genocídios, suas influências nos radicalismos sexuais e religiosos pelo mundo, mas existem outros pensadores mais brilhantes que discutem detalhadamente o assunto, como o professor Olavo de Carvalho.

Deixo aqui uma pergunta: Quantos mais terão de morrer por esse sonho impraticável?

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