quinta-feira, 17 de setembro de 2015

DONA MARIA II



DONA MARIA II

Por Diego Barreto



Maria da Glória filha mais velha do Imperador do Brasil, Dom Pedro I, e da arquiduquesa da Áustria, Dona Leopoldina, Maria da Glória nasceu no Rio de Janeiro em 4 de abril de 1819 e faleceu aos 34 anos, ao dar à luz seu décimo segundo filho. Com a morte de D. João VI, Maria da Glória como neta mais velha, assumiu o lugar do pai, que recusava voltar para Portugal. Com apenas sete anos, não tinha idade para governar. Por isso, teve que se casar por procuração com seu tio, D. Miguel, que foi nomeado regente do reino português. Mas quando D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil, em 1822, Miguel pediu ao Conselho dos Três Estados a perda dos direitos sucessórios do irmão, o que foi prontamente feito. Em declínio ao movimento absolutista assumiu o trono no lugar da esposa, dando início o embate entre "miguelistas" e "pedristas". D. Pedro I preocupado com os fatos políticos do trono português e as pressões sofridas no Brasil decidira à abdicação do trono brasileiro em 1831, rumando para Portugal e deixando em seu lugar o filho de apenas cinco anos de idade, o Sr. D. Pedro II.

Com apoio dos aliados, venceu a guerra liberal. Sua filha subiu ao trono em 1834, aos 15 anos, tornando-se Maria II. A chegada ovacionada de D. Maria II a Lisboa fora um marco para o povo português. O casamento com D. Miguel foi dissolvido, ainda em 1834, para os arranjos do segundo matrimônio com o irmão de sua majestade, D. Amélia de Leuchtenberg. As bodas ocorreram no mesmo ano, mas o príncipe Augusto de Beauhamais acabou morrendo dois meses depois, as negociações para as novas bodas já estavam concluídas. O noivo era sobrinho de Leopoldo, da Bélgica, sendo austríaco de nascimento, como a família materna da noiva. Príncipe Fernando Saxe-Gotha-Coburgo-Kohari conquistou o coração da jovem rainha, e em 9 de abril de 1836 casaram-se na Sé de Lisboa. No Palácio das Necessidades as atividades eram em rodas literárias, teatro e serões familiares. E foram pais dos seguintes filhos, nascidos nas datas indicadas: Rei Dom Pedro V (1837); Rei Dom Luís I (1838); Infanta D. Maria (1840); Infante D. João, Duque de Beja (1842); Infanta D. Maria Ana, Princesa da Saxónia (1843); Infanta D. Antónia Maria, Princesa de Hoenzollern-Sigmaringen (1845); Infante D. Fernando (1846); Infante D. Augusto, Duque de Coimbra (1847); Infante D. Leopoldo (1849); Infanta D. Maria da Glória (1851); Infante D. Eugénio (1853). O casal real fez dois salões do palácio um local de deleite e de convívio social.

D. Maria II era conhecida publicamente como geniosa e apelidada de "rainha gorda" devido sua estatura acima da média. Na vida doméstica, excepcional mulher e principalmente mãe. Maria II instruía com rigor a educação de seus filhos, os infantes eram impedidos de tratar por "Tu" os criados do Palácio, assim como os professores aos quais eram dispensadas as mais respeitosas atenções. No seu reinado enfrentou várias rebeliões, como Maria da Fonte (1846-1847) e Revolta da Patuleia (1847), mesmo com adversidades cruéis das lutas liberais e difamações inflamadas pela oposição, D. Maria II com parcimônia e sabedoria soube se perdurar no poder por 19 anos e enfrentou os problemas de estado estando gravida. Foram também seus grandes feitos, a reforma na Universidade de Coimbra e a criação de Liceus e escolas politécnicas em Lisboa e no Porto. Incentivou o desenvolvimento cultural português, criando escola de Arte Dramática, a Academia de Belas Artes e o Teatro em Lisboa, que fora homenageada com seu nome. Da brasileira que se tornou rainha e que não pode cair em ostracismo no Brasil.

"Se eu morrer, morro no meu papel!" - D. Maria II

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